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Morreu Mão de Onça -

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Imagine como deve ser difícil escolher um, apenas um, dentre 1281 gols. Deixemos, pois, para o próprio Pelé a missão de apontar aquele que considera o gol mais lindo de sua carreira de 1375 jogos. A resposta de Pelé sempre aponta para 2 de agosto de 1959, estádio da Javari, vitória do Santos sobre o Juventus por 4 a 0. Naquele dia, Pelé não fez um, mas três gols. O último deles, no entanto, jamais saiu de sua memória. Num trabalho de pesquisa e recuperação de imagens que a história do futebol julgava perdidas, Túnel do Tempo reproduz hoje a única sequência de fotos do gol que o próprio Rei aponta como a sua obra-prima. Pela grandiosidade do lance, todo mundo garante ter tido o privilégio de tê-lo visto ao vivo, das arquibancadas da Javari. Dá status dizer ‘‘Eu estava lá naquele dia’’. Como nem todo mundo estava de fato no campo do Juventus o lance é reconstruído de várias maneiras. Cada um o recorda de seu jeito — seja realidade ou mera ficção. Assim, um inventa um driblezinho a mai

A verdade sobre a troca do árbitro que expulsou Pelé

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Depois que vi e ouvi o próprio Pelé contando parte de uma história, no documentário em exibição na Netflix, resolvi contar a outra parte. Todos já ouviram falar no dia em que o Juiz expulsou o Pelé e a torcida, enfurecida, expulsou o juiz permitindo que o Rei voltasse a participar da porfia. Na verdade, são dois fatos que o famoso 'telefone sem fio" ou o boca a boca foram modificando até juntá-los em uma única e genial história. Vamos aos fatos. Pelé voltou ao campo (O jogo das almofadas) Sabemos que o Santos recebia uma cota por amistosos com Pelé e outra, muito menor, sem Pelé.  Em uma destas famosas excursões do Santos pelos campos do mundo aconteceu a primeira parte da história.   Era um jogo, no interior do Equador. Pelé estava muito desgastado pela sequência de jogos. O técnico Lula, se aproveitando da péssima iluminação do estádio, tirou Pelé no intervalo, tentando preservar o Rei e, para manter a cota integral, o Santos voltou para o 2º tempo com Dorval envergando a fa

51, um número cabalístico

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Ao ver o desfecho do jogo do Santos x Fortaleza, não pensei em mais nada.  A queda do "esquadrão santista" se sobrepôs a tudo. Porém, algo me dizia que alguma coisa parecida já tinha acontecido.  Passada a "emoção" fui consultar o acervo da época que trabalha com pesquisa e produção de programas esportivos. E lá estava a coincidência. Um jogo realizado em 02/08/1962, na vila Belmiro, foi interrompido aos 51 minutos por invasão da torcida. Era disputa da Libertadores da América e marcava o início da caminhada que iria tornar o Santos Futebol Clube no maior time do mundo àquela época. Este Santos e Fortaleza de 06/12/2023 que selou o destino, do outrora grande esquadrão, para a 2ª Divisão do futebol brasileiro também foi interrompido aos 51 minutos . E lá se foi o grande Santos de Pelé para um lugar nunca dantes frequentado. Veja o texto das respectivas súmulas dos jogos. Em 1962 Na súmula do jogo, Robles escreveu que "o duelo só durou 51 minutos e acabou

O Rei Pelé, Edson Arantes e eu

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Na virada do século, trabalhei com Aníbal Massaíni na produção do filme Pelé Eterno. Assisti a inúmeras e maravilhosas cenas de pura magia que, para baixar o custo, foram preteridas por enfadonhos depoimentos. Mas não é disso que quero falar. Nesta semana, assisti ao documentário Pelé, produzido pela Netflix. Confesso que não muito melhor que o nosso. Logo na abertura, me deparei com esta cena que me fez voltar no tempo. Vendo Edson Arantes caminhando com auxílio de um andador, destes geriátricos, lembrei do dia que gravamos, no velho Maracanã, uma reprodução do Milésimo Gol, com Pelé, o goleiro Andrada e as “criancinhas”, representadas por um grupo de 100 crianças do Projeto Mangueira do Amanhã. Após gravar, repetidas vezes o famoso pênalti. Vale dizer que ora ele pedia para repetir, pois achava que poderia fazer melhor ou as crianças invadiam para comemorar o gol e a lembrança de 30 anos atrás, antes do combinado. Terminada aquela cena o Rei, se recolheu ao vestiário sem confessa